Esqueça aquela ideia de que o Peru é apenas para mochileiros desbravadores. Sim, está certo que o turismo no Peru é de muita aventura, muitas trilhas e caminhadas, mas também é um destino para quem quer fazer uma viagem extremamente confortável. Depois de um bom tempo longe das viagens, talvez o corpo e a mente peçam algo mais tranquilo até a volta da “vida normal”. Ficamos quatro dias no país e contamos aqui a nossa experiência.
Pensando em uma viagem confortável, o primeiro passo é evitar grandes jornadas no aeroporto. Por isso, optamos por um voo direto até Lima, capital do Peru. Ficar um dia na cidade pode ser extremamente agradável. Lima é conhecida como capital gastronômica e sua rede hoteleira também é bem servida. Ficamos no Westin Lima Hotel & Convention Center, no bairro de San Isidro, que é bem confortável e com todas as mordomias para a retomada de viagens. Está localizado a 10 minutos dos principais bairros turísticos como Miraflores e Barrancos, mas há alguns comércios no entorno como restaurantes e as grandes lojas de departamento.
Por falar em bairros, Barrancos é aquele bairro para passear sem pressa, entrar nas lojinhas e cafés, e admirar as casas antigas. Aproveite o dia para experimentar um dos pratos típicos peruanos, como o tacu tacu com milanesa, e passar pela Ponte dos Suspiros, um local com um ar romântico e que, reza a lenda, realiza desejos se atravessá-la sem respirar. Já Miraflores é o distrito moderno, com lojas e restaurantes mais famosos. O mais curioso do bairro, que pode soar até estranho para algumas pessoas, é o shopping Larcomar à beira do Oceano Pacífico e a céu aberto.
Em tempos de pandemia, para entrar no Peru basta apresentar o certificado de vacinação completa que é emitido pelo Ministério da Saúde e preencher um formulário online alguns dias antes do voo. Preste atenção na volta ao Brasil: além do formulário da Anvisa, o país exige que o teste PCR seja feito 24 horas antes do voo e apresentado no momento do check-in.
Rumo a Machu Picchu
Com um voo de 1h20 se chega a Cusco, capital do antigo império Inca e ponto de partida para quem quer visitar Machu Picchu e se sentir completo com o turismo no Peru. A cidade é uma mistura de construções incas com igrejas católicas, já que foi invadida pelos espanhóis por volta de 1500. Para sua experiência ficar completa na cidade, recomendamos fortemente se hospedar em um dos hotéis instalados em uma dessas construções antigas. Ficamos no Palacio del Inka, um prédio com mais de 500 anos, que foi um templo na época dos Incas, e depois moradia de nobres no período colonial.
Novamente, para quem está retomando as viagens agora, ter todo o conforto de um hotel faz a diferença. Além das instalações espetaculares, o hotel em si conta com várias obras de arte e oferece um tour todos os dias para contar sobre a história da casa. Há ainda aulas de pisco, a bebida tradicional da região. O café da manhã é bem variado e o restaurante do hotel pode ser uma opção de jantar para os dias que estiver mais cansado. Há também um spa com alguns serviços disponíveis.
Assim como Lima, Cusco não deixa a desejar no quesito gastronomia. O restaurante Morena, na praça central é uma ótima pedida para provar a culinária local. Cheia de museus, a cidade é um convite para mergulhar na história.
Para Machu Picchu, é preciso pegar um trem a partir da estação Poroy, que fica a 20 minutos de carro do centro de Cusco. Fomos no trem Vistadome da Peru Rail, que partiu pontualmente às 6h20. O trem é bem cuidado, com ótimos janelões para ver a vista e bancos confortáveis. Por conta da pandemia, não é possível comer a bordo. Durante o trajeto é possível ver os andarilhos que encaram a trilha inca, um percurso de quatro dias para chegar em Machu Picchu. Dessa vez, nós que adoramos uma caminhada ficamos felizes em estar confortáveis dentro do trem.
Depois de 3h30, chega-se em Águas Calientes, um pequeno vilarejo aos pés de Machu Picchu. Há quem fique hospedado por uma noite na cidade para logo cedo estar em Machu Picchu, mas achamos que não valeria a pena. Ao lado da estação do trem embarcamos no ônibus que, depois de uns 15 minutos, nos deixou na entrada de Machu Picchu. Ali, é preciso negociar com os guias para entrar no circuito. Pegamos um guia compartilhado com um casal de colombianos por cerca de 45 reais por pessoa.
Por cerca de 3 horas passamos por todos os pontos da cidade sagrada e com certeza ter um guia faz muita diferença. Datada de 1400, Machu Picchu foi construída a pedido do rei Pachacuti para ser um local sagrado, já que era perto do céu e das divindades da natureza, cultuada pelos Incas. Porém, só os nobres entravam ali. Com a invasão dos espanhóis, Machu Picchu foi abandonada e só descoberta novamente em 1911 por um desbravador americano. Sem julgamentos do acesso e da logística do império, temos que reconhecer que os incas eram ótimos arquitetos e astrólogos.
Além de todo o contexto histórico, Machu Picchu também é famoso por ser um local fortemente energizado. E não há tanto mistério nisso: ali há enormes pedras de quartzo, que são capazes de absorver a energia solar e depois colocá-la novamente no ambiente. Um ótimo destino para se energizar depois de tanto tempo longe de viagens, não?