Já ouviu falar das Ilhas Andaman? É um lugarzinho bem distante do Brasil, localizado no mar de Andaman, no oceano Índico, e que faz parte da Índia. Toda vez que abrimos o mapa para pesquisar lugares, ficamos curiosos de conhecer essas pequenas ilhas que ficam “perdidas” por aí, principalmente próximo à Oceania.
Nós fomos para as Ilhas Andaman após a nossa passagem pelo norte da Índia, Ladakh, em que contamos aqui. Como tínhamos feito trekking por uma semana nossa ideia era aproveitar o fim das férias para descansar. Uma praia sempre cai bem.
Pegamos um voo de Delhi direto para Port Blair, capital das ilhas. Como tínhamos apenas 6 dias para conhecer, resolvemos ir direto para as ilhas mais distantes para aproveitar o mar clarinho. Não achamos que valia a pena pernoitar em Port Blair, e ainda bem que não ficamos! Logo que chegamos percebemos funcionários no aeroporto bem mal humorados, até mal educados. No taxi a mesma coisa. No terminal para pegar o ferry igual. Depois pesquisamos que o povo de lá é bem seco mesmo. Ainda não entendemos o porquê, mas achamos esse mal humor todo até que engraçado.
Para não perdermos tempo em Por Blair pesquisamos bem quais eram os melhores horários de ferry e que batesse com o nosso voo. Decidimos reservar antes para não correr o risco de chegar lá e não ter tickets. Compramos da Makruzz e pagamos cerca de $30 dólares cada passagem. Eles liberam os horários cerca de 2 meses antes e costuma acabar rápido. Há o ferry da própria prefeitura, mas não sabemos se vale arriscar e também nem chegamos a ver a embarcação lá.
Dividimos nossa estadia em duas ilhas: Neil e Havelock, separadas por quase 2 horas de ferry. Esta é a mesma distância de Port Blair para qualquer uma das duas ilhas.
Neil – Ilhas Andaman
Nosso primeiro destino foi Neil e demos de cara com uma cena de filme: mar beemm azul, clima quente e úmido, e muitos coqueiros. Ah, a praia! Depois de passarmos um tempo fazendo trekking nas montanhas, tudo que queríamos era trocar as botas por chinelos. Um tuktuk que tocava um reggae nos levou até o nosso hotel, que fica a 5 minutos do píer, mas longinho para ir andando. Escolha certa: Silver Sand Beach Resort Neil, com bangalôs a poucos metros de uma prainha privativa. Mas, tudo que é bom às vezes dura pouco. Logo caiu uma baita chuva e percebemos que isso é a rotina de lá. Chove quase todos os dias. Aproveitamos para almoçar no próprio hotel, que tem uma boa estrutura, mas nos pareceu um pouco vazio. Mandamos um Fish Masala para não errar!
A dica em Neil é alugar uma motinho para passear todos os dias. Por 2 dias pagamos 900 rupias (11 dólares) e logo que chegamos já fomos explorar a ilha. Só há um postinho de gasolina na ilha, não tem muito erro. As ruas são bem simples e com pouquíssimo movimento, então não é tão perigoso. Claro que tem que tomar os cuidados de sempre: capacete e velocidade reduzida pra não acontecer nenhum acidente.
Neil é uma pequena ilha que tem pouco a se fazer. Basicamente é conhecer as praias, que geralmente são bem vazias, e esquecer do mundo. Em uma delas percebemos que na água tinha umas coisas que pareciam águas-vivas e bodiamos total. Achamos que a praia estava vazia justamente por isso, ficamos horas tentando descobrir se queimava ou não até que vimos um pescador entrando tranquilamente na água e decidimos entrar também. A praia estava vazia porque todas as praias ali são vazias. Todas, todas! A única com um pouco mais de movimento é a Bharatpur beach, que tem alguns serviços de snorkeling ou jet ski. Acabamos nem fazendo nada por ali. Nessa praia também tem uns restaurantes bemmm simples, mas com peixe fresquinho e PFs baratinhos!
O único ponto turístico da ilha é a Natural Bridge, que não tem nada demais, mas estando lá, não tem porque não ir. Curtimos o pôr do sol na nossa prainha particular e descansamos bastante! Lugar incrível para relaxar e ficar ausente do mundo, até porque o WIFI só funcionava na recepção do hotel.
A vida noturna de Neil é pacata e tudo fecha meio cedo. Na primeira noite fomos jantar no Seashell, o hotel mais chique da região. O salão com ar-condicionado acabou estragando um pouco o climinha praia que buscávamos. Mas, a comida é boa e tem cerveja, vale ir um dia se tiver noites livres. Na outra noite fomos a um hotel na outra ponta da ilha, que estava rolando uma sunset party, só que sem álcool. Todos os indianos na piscina super se divertindo e nós perguntando “cadê a cerveja?”. Decidimos voltar para o nosso hotel, jantamos, bebemos e foi super agradável de novo.
Havelock – Ilhas Andaman
De Neil para Havelock são cerca de 2 horas e o esquema é o mesmo: comprar tickets antecipadamente. O ferry é bem confortável, com assentos marcados, ar condicionado e clipes indianos passando em várias TVs. O entretenimento é bom! Logo de cara já dá pra perceber que o clima desta ilha é um pouco diferente. Ela é maior, mais agitada e mais confusa. Mas também nada absurdo! É que Neil é uma ilha praticamente deserta. Nosso hotel foi o Munjoh Ocean, com um restaurante super agradável e recepção toda charmosa. Os quartos, apesar de grandes eram um pouco antigos, com umidade. Mas o esquema do hotel era o mesmo: passagem direta para praia, só que aqui era uma praia bem maior, agradável e com areia branquinha.
Assim como em Neil, não são todos os lugares que servem bebida alcoólica, então alugamos novamente uma motinho no hotel e nossa missão do primeiro dia foi achar um lugar com cerveja. Encontramos no Buddah Bar e no Sea Sand Hotel.
O posto de gasolina da ilha fica no caminho de Radhanagar Beach, uns 8 km. Essa praia é bem populosa e mais abertona e não curtimos muito por isso. Gostamos mais da Khala Pathar, que têm um pôr do sol lindo, uma faixa de areia bem pequena e águas bem calminhas. Vale ir de manhã e no fim do dia! A praia do nosso hotel, a Beach 5 também é muito agradável, mas durante o dia a maré fica bem baixa. Ela costuma ter um pouco mais de movimento no fim do dia, e super vale um banho de mar!
A Elephant beach só é acessada de barco ou de trilha, mas como tinha chovido muito uns dias antes estava fechada, então não conseguimos opinar se vale a pena. O único atrativo mais turístico que fizemos e que vale muito a pena é mergulhar para ver o coral na Beach 2. No caminho achamos um café que alugava as máscaras bem baratinhas. Não precisa pegar barco, é só entrar no mar, e a 30 metros da areia já está o coralzão lindão! Ficamos horas mergulhando. Lá também o pessoal faz curso para mergulhar com cilindro, mas para efeito de passeio do coral nem precisa de tanto equipamento!
Para comer tem várias opções. Mas, com certeza, comer um peixe no Anju Coco tem que estar na programação. Para um lugar mais agitado, vale o Buddah, que tem música ao vivo e cerveja.
Com certeza visitar as Ilhas Andaman foi uma experiência incrível! Muitos indianos chamam Andaman de “Little Maldivas” pela semelhança e cor da água. Acho que é um lugar com bem, bem menos luxo, mas a natureza compensa! É bem engraçado ver os indianos entrando de roupa e tudo no mar, passeando na areia de caça jeans, mas em momento nenhum nos sentimos desrespeitados.
Neil ainda é mais reservado e Havelock nos pareceu um pouco destino de grupos turísticos. Não vimos muito as pessoas curtindo as praias, eles sempre estava apenas de passagem, indo de um lugar para o outro. O ponto negativo foi a falta de serviços à disposição nas praias – não tinha nenhuma barraquinha com comida ou bebida, e os hotéis também não serviam nada, mas vamos combinar que isso é coisa de brasileiro mal acostumado.
Com certeza a natureza sem interferência vale muito!