Por Na Brancato
Durante a nossa viagem aprendemos que o desconhecido pode assustar, mas se você acende a luz, muitas vezes aquele monstro era só a sua jaqueta pendurada na cadeira.
E o mundo é assim, um grande telefone sem fio. As mensagens podem chegar destorcidas, e países super perigosos para nós latinos podem ser um dos mais concorridos turisticamente para os europeus, por exemplo. E o Nepal não foge dessa regra. O país estava nos nossos planos iniciais, mas com o terremoto em abril e as notícias que tínhamos de um lugar acabado, o tiramos do nosso roteiro.
Com a mente muito mais aberta às novas possibilidades e acesso à novas informações e troca de experiências com outros viajantes, fomos planejando os próximos passos da nossa viagem e eis que chegamos em outubro. Outubro era o mês para irmos para o Nepal. Mas porque o tiramos da lista?
O Nepal sofreu muito com o terremoto e ainda sofre suas consequências. Um país que vive basicamente da agricultura e do turismo é claro que está passando ainda por maus bocados depois da catástrofe. E porque teríamos que abandoná-lo justo agora? Justo agora que ele precisa do dinheiro e apoio de fora? Não fazemos turismo porque o país tem a escultura mais bela, maior ou mais antiga. Já disse e repito que muitas vezes deixamos de conhecer alguns pontos famosos simplesmente porque o boteco da esquina nos aconchegou de um jeito que não conseguimos sair. Pouco nos importa se os templos estão soterrados. Ainda há vida no país, há cultura viva, há histórias vivas.
Estamos indo de coração aberto e pés no chão. Podemos só encontrar chuveiro com agua fria e barrenta, mas podemos encontrar olhos esperançosos de um futuro melhor. Vamos sem preconceitos, tentando superar também os nossos limites em um trekking após 4 meses longe de qualquer exercício físico que fosse superior ao ping-pong ou altinha na praia. Estamos fazendo a nossa parte.
Em breve compartilharemos tudo, seja bom, ruim, impactante, interessante ou massante.