Aposte em Bariloche e na região da Patagônia Argentina no verão

Há uns 3 anos, sem querer, eu vi uma foto linda de uma região com um lago sem fim e um céu azul, azul, azul. Fui pesquisar e descobri que era Bariloche, na Patagônia Argentina, no verão. Desde então fiquei com esse destino na cabeça: Patagônia no verão. Lagos, trilhas, esporte ao ar livre. E como as coisas sempre acontecem no tempo que têm que acontecer, deu certo fazermos essa viagem só agora, com o Tales já entre nós. Destino perfeito para iniciar viagens mais longas com o nosso bebê. Afinal, o que pedir mais do que um destino relativamente perto, um tempo fresco e agradável e muito contato com a natureza? É assim que definimos essa viagem.

Trilha do Cerro Llao Llao em Bariloche

Cachoeira do Rio Bonito

Apesar de Bariloche ter uma fama de um lugar chique de inverno, a região tem muito estilo aventureiro, mais “roots” do que eu imaginava e com certeza essa atmosfera se intensifica no verão. Isso porque, além de propícia para esportes de neve, também te convida a fazer muito esporte ao ar livre, curtir as trilhas e esportes aquáticos no lago. Há muitos campings e lugares para estacionar motorhome ou trailer, além das cabanas de montanha. Para quem não é tão ativo com o corpo não precisa se preocupar, fazer piquenique com certeza é um dos passeios ideais por lá. E quando eu digo por lá, vale incluir Villa La Angostura e San Martin de Los Andes, ou seja, a região dos sete lagos.

Explico melhor: se você for de avião com certeza descerá em Bariloche e recomendamos fortemente alugar um carro direto no aeroporto. De lá, parta rumo a Villa La Angostura, um vilarejo a cerca de 1h30 de Bariloche. Não se espante ao se deparar com apenas uma rua principal. O melhor está escondido nas diversas trilhas do seu entorno, desde passeios fáceis como 10 minutos caminhando para ver a cachoeira do Rio Bonito, ou a trilha para a ponte antiga do lago Correntoso ou quem quiser um pouco mais de esforço pode ir pela antiga rota que ligava a região ao Chile – sim, fica pertinho da fronteira – para o lago Espejo, uma caminhada de cerca de 2 horas.

Para quem não curte mexer tanto o esqueleto, fazer um tour pelas cervejarias da região também rende um belo passeio. Muitos bares, muitos mesmo, têm sua cerveja artesanal própria. O forte da culinária são os embutidos defumados, carne de porco e truta.

Lago Correntoso em Villa la Angostura

Praia em Villa la Angostura

Hospedagem em Villa la Angostura

Há vários bairros para se hospedar e cada um tem sua característica. Ficar na beira do lago Nahuel Huapi é com certeza um dos privilégios da região e o Hotel Correntoso já é uma atração por si só porque te permite realizar atividades aquáticas sem muito esforço, já que tem um píer próprio – isso se você tiver coragem de mergulhar nas águas geladas do lago. A região de Bahia Mansa também é maravilhosa e concentra alguns restaurantes, até mesmo como opções além do centrinho da cidade.

Hotel Correntoso

O Awka Apart Hotel, inclusive, tem acesso privativo para o Rio Bonito e a trilha, completamente florida, faz jus ao apelido que a cidade recebe de “jardim da Patagônia”. Como tudo na região é perto para se deslocar de carro, o melhor é escolher o hotel que mais te agrada. Com o dia escurecendo só depois das 22h nesta época do ano (dezembro), dá tempo de sobra para se deslocar para várias atividades.

Awka Hotel

Jardim da Patagônia

San Martin de Los Andes

Além de Villa La Angostura, outro vilarejo famoso na região é San Martin de Los Andes. Mais do que o vilarejo, famoso mesmo é o caminho até lá. É a rota dos 7 lagos. Pode ficar um pouco cansativo parar em todos eles, mas com certeza são paisagens lindas que recomendamos sentir pelo caminho, instigando a vontade de fazer fotos e curtir o visual.

Depois de 108 km de estrada, o vilarejo te recebe com um centrinho um pouco maior que Villa La Angostura, repleto de restaurantes e lojas de chocolates. O mirante Arrayanes é sensacional e vale muito a pena, mas vá protegido porque venta bastante! Passamos apenas uma noite em San Martin de Los Andes e, para nós, foi o suficiente, mas com certeza há mais coisas para explorar.

Mirante Arrayanes: vista de San Martin de Los Andes e Lago Lácar

Bariloche

Mas e Bariloche? Ah sim, também tem seu valor. Além do centrinho, que também reúne muitas lojas de chocolates, há também o circuito chico, uma estrada que beira o lago Nahuel Huapi e reúne vários atrativos, desde trilhas mais suaves a praias, além de cervejarias e restaurantes. São paisagens igualmente belas na primavera e verão!

O único ponto negativo de Bariloche é que a rede hoteleira é mais restrita: ou são hotéis muito caros, ou edifícios mais velhos, mas vale sim se hospedar por lá por pelo menos 2 dias.

Bariloche fica a cerca de 5 horas em um voo direto de São Paulo, com pouca disponibilidade de dias, mas a viagem pode demorar quase 10 horas se fizer uma escala em Buenos Aires. O aeroporto fica pertinho do centro e dispõe de várias empresas de aluguel de carro.

Fizemos esta viagem com um bebê de 6 meses, achamos o acesso viável e o destino com estrutura suficiente para as necessidades da nossa família. Mas não se engane, a região faz parte da Patagônia Argentina e, por isso, não significa que o verão será exatamente de temperaturas super elevadas. Fomos no começo de dezembro e pegamos dias lindos e bem ensolarados, mas o ventinho gelado nos acompanhou todos os dias. A noite a temperatura chegava perto dos 10°.