Por Na Brancato
Líbano, a Suiça do Oriente. Compreensível já que na década de 50 o país estava em pleno desenvolvimento e a frente de seus vizinhos árabes. Mas o que fazer em Beirute, a Paris do Oriente? Mas por que exatamente a capital do Líbano leva esse título? Tenho que discordar. À primeira vista, você se encanta por downtown e realmente diz: estou na Europa. Mas depois percebe que tudo isso é meio fake. Depois da Guerra Civil que durou 15 anos e que destruiu toda a cidade, uma construtora estatal chamada Solidere reeinventou todo o centrinho, a estilo francês. O problema é que depois da guerra de 2006 ali foi denominado como ponto de perigo e o exército fechou as ruas. Qualquer um pode entrar e passear, mas ali é um baita elefante branco. As lojas estão todas fechadas, restaurantes vazios. Não dá para entender!
Se quiser conhecer Beirute, fuja deste centrinho. Já comentamos que o táxi é extremamente barato, dá pra rodar a cidade toda. A cidade é dividida entre a parte cristã, muçulmana xiita e sunita. Mas tudo se mistura hoje em dia e é possível ver uma mesquita ao lado de uma igreja católica romana, ao lado de uma ortodoxa. A mesquita
Mohammed Al-Amin, ali do lado de Downtown, vale ser visitada só pelo impressionante lustre que tem.
O bairro Mar Michael é meio que uma parte mais industrial, mas a noite é ali que pega! Vários barzinhos, baladas, trânsito! Vale a pena conhecer a balada na estação de trem.
Hamra é o bairro muçulmano e um dos mais antigos, mas que hoje está falado porque há vários estudantes (a universidade americana é ali) que agitam a noite por lá. Nas redondezas da rua Hamra há vários barzinhos e baladinhas.
A corniche é legal para dar uma volta mais no fim do dia. Ali perto está a famosa Marina -Zaytuna Bay – que também faz parte do projeto de reconstrução. São restaurantes para os mais endinheirados que ficam hospedados por lá. Há hotéis famosos, como o Phoenicia, um dos ícones da cidade e um dos responsáveis no seu tempo áureo por fazer a cidade ser a Paris do Oriente. E aí você olha um prédio antigo ali. Do lado com uma placa gigante: Stop Solidere. Sim, a empresa que reconstruiu Beirute é estatal, e como este antigo hotel não quer se entregar para a empresa, o governo não concedeu mais licença para operar. Entendem agora quão fake é isso?
A comida libanesa já é bem conhecida por todos nós, né? Mas em Beirute ela não é barata e nem tãããão fácil de ser encontrada. Se quiser um jantar digno, irá desembolsar uns 30 dólares por pessoa. Recomendamos o Enab.
Há também a pedra famosa, Raouche. É bonito ver o pôr-do-sol dali, mas não sabemos o que mais esta rocha representa.
Apesar das marcas da guerra, que são nítidas por toda cidade, Beirute é cheio de gente jovem! Há diversos bares, cafés estilo europeu e baladas! Vale a pena conhecer e mudar nossa ideia de uma cidade perigosa. Muito pelo contrário! Saímos a pé todas as noites sem medo algum.