Por Na Brancato
Somos do tipo viajantes que poderíamos talvez ter ido para o Egito e esquecido de ver as pirâmides (mas isso, ainda bem, não aconteceu). Mas já fomos para cidade que só tem uma atração e deixamos de visitá-la, como Amã por exemplo e a sua citadel. Em outras viagens, fomos para Londres e não vimos a tão famosa ponte, fomos pra Bélgica e não fomos no bar maluco de cerveja, e por aí vai. Tudo porque acordamos a cada dia com a mesma pergunta: e aí, o que vamos fazer hoje? E assim seguimos nossos dias. E nessa já se passaram pouco mais de 3 meses.
Não é que queremos encontrar o lugarzinho menos turístico, aliás nos dá até preguiça ler alguns blogs que passam a viagem tentando ser mais original que os outros viajantes. É porque alguns dias não temos saco para pagar vários dólares e ficarmos espremidos entre turistas espanhóis, ou talvez porque a piscina do nosso hotel esteja mais atraente do que o cartão postal que fica do outro lado da cidade.
Mas aí eu abro a pasta no computador “fotos viagem” e uma listinha de países aparecem. Caramba, já estou nostálgica! Muito mais que as 4mil e tantas fotos que já temos, uma dúzia de histórias engraçadas já me vem na memória. Apesar do número grande, fotos tem sido um problema. Não temos paciência para esperar em uma fila para tirar uma foto legal, e as vezes passamos o dia sem tirar a câmera da mochila. Tudo porque o melhor registro tem sido o dos nossos olhos.
Após um mês na Turquia, podemos dizer que lá é nosso lugar fora do Brasil. Acho que a primeira parte da viagem era a mais tensa. Alguns países do Oriente Médio, pouca informação, mas passamos sem nenhum incidente. Até agora poucos advils foram tomados, e nada mais. Tirando a sabatina de 3 horas na fronteira do Egito com Israel, também nenhum entrave burocrático. Isso significa até que estamos bem no quesito organização de documentos.
É difícil absorver tanta informação, tanta cultura diferente, tanta novidade. Acho que isso vai ficar mais para frente, como reflexão. Hoje o que sentimos é diferente. O mundo é gigante e é ao mesmo tempo minúsculo (sempre soube que o mundo é um ovo).
Estar do outro lado do mundo me cansou, principalmente na China, onde bateu o cansaço emocional e meu estômago pedia para voltar para casa. Mas estar em Hong Kong por outro lado me deu um chacoalhão do tipo : “o mundo tá girando loucamente e você vai ficar paradinha na sua casa? Vá viver!”. E aí agradeço por estarmos apenas na metade. Já tomamos meio mundo e ainda metade do copo nos espera. Será o suficiente para matar nossa sede? No nosso ritmo, vamos com calma para não engasgarmos.
China deve ser um choque de cultura e uma multidão nas ruas que meu psicológico não está preparado. Que bom que vcs já vazaram de lá…. Vão procurar ondas gigantes, please!