Por Mateus Carvalho²
Phnom Penh é a capital do Camboja e muitas pessoas vão pra lá principalmente para visitar o Killing Fields, um campo de extermínio, e o antigo presídio da triste história de genocídio do país. E foi isso o que fizemos também, acrescentando uma rápida visita ao mercadão da cidade.
Nossa passagem pela cidade foi rápida, ficamos apenas 24 horas por lá. Chegamos em um dia chuvoso, fim de tarde, e aproveitamos para trabalhar e tomar um vinho no hotel mesmo. Planejamos acordar cedo no dia seguinte para conhecer a cidade.
E assim fizemos. Às 7h30 da madrugada já estavámos na rua pegando um tuktuk por 12 dólares para ir aos 3 lugares que citei lá em cima. A primeira parada foi no Killing Fields, campo de extermínio liderado por um pilantra chamado Po Pout, chefe do exército do Khmer Vermelho, que era um grupo dentro do exército. Pilantra é pouco pra esse idiota que matou mais de 3 milhões de pessoas da sua própria terra.
A história que se vê no campo é muito triste, as formas como as pessoas eram torturadas e mortas te deixam com um sentimento amargo. Matavam desde bebês até idosos, mas o principal foco era eliminar os mais cultos, esses que poderiam lhe oferecer algum tipo de perigo para tirá-lo do poder.
Mas como ele conseguiu esse poder? Lá em meados de 1953, quando o Camboja conseguiu a independência da França, o rei pediu ajuda a Po Pout para tirar os franceses do país, já que mesmo após a independência eles continuavam ali. Po Pout assim fez e, após ganhar a guerra, não quis devolver o poder ao rei e iniciou a tortura e matança do seu povo utilizando armas violentas como o bambu afiado, machado, choque elétrico, entre outras.
Mesmo sendo muito triste, o passeio foi legal porque pudemos entender a história. O lugar oferece guias eletrônicos com ótimas explicações. Não tinha em português, mas nos viramos bem com um em espanhol e outro em inglês.
De lá partimos para o antigo presídio, local de espera para a morte. Mas enquanto os cambojanos iam esperando a sua hora, iam sofrendo torturas com choque elétrico, afogamento, chibatadas e mais um monte de coisa. Na verdade eles não sabiam que morreriam, mas a função do lugar era esse, só esperar para ser levado ao campo de extermínio.
O agora museu tem um acervo rico de fotos que conta a história da época e fotos das pessoas mortas naquele período. Tem também muitos quartos que eram utilizados para a prática do choque elétrico e celas. Um equipamento de tortura ainda é preservado no local.
O cara era um ditador, ninguém tinha direito de falar nada. As normas eram do tipo “sou eu que mando e você cala boca e sofre”.
A última parada foi no mercadão. Não aguento mais mercadão, toda cidade tem e é sempre same same. Mas passamos lá pra comprar um negócinho ou outro.
Para entrar no Campo custa U$ 12. No museu paga-se U$ 6. A melhor forma de ir até lá é pegar um tuktuk, mas deixe bem claro onde quer ir e quanto vai pagar. No final do nosso passeio o nosso motorista quis cobrar U$ 12 por pessoa. Cara de pau dos maiores, nem dei bola pra ele, dei risada e saí fora.
Como chegar em Phnom Penh?
Tem diversas formas para chegar. Nós partimos de Sihanoukville, uma cidade de praia, para lá. Ficamos apenas duas noites em Sihanoukville porque nossa ideia inicial era ter ido pra Koh Rong Island. Mas ficou só no planejamento mesmo. Choveu tanto que não tinha barco liberado para fazer a travessia.
Sobre Sihanoukville não temos muito o que dizer também. Na maioria do tempo ficamos presos no hotel. Só saíamos para comer.