Eu sempre pensei que ir para Nepal significava fazer trekking. Claro que o país tem outras coisas a oferecer, mas talvez a maioria dos turistas vão pra lá com esse objetivo. Uns preferem fazer trechos curtos, outros um trecho médio de 8 dias e tem outros que se arriscam fazer em até 15, 20 dias para chegar no acampamento base do Everest.
Gostaria de chegar até o acampamento base, ma não estamos na melhor forma física. Escolhemos fazer o circuito Anapurna, trecho de 4 dias Nayapul – Gorepani – Poon Hill – Ghandruk – Nayapul. No meio disso paramos em outras vilas para dormir.
Aqui vamos contar, em 1ª pessoa e de forma mais resumida, quais foram as nossas sensações após o fim de cada dia. É como se fosse um diário mesmo, cada um fez o seu. Dividimos em 2 posts para não ficar tão cansativo e chato. O primeiro começa agora.
Dia 1
Por ela:
Eu prometi que não ia mais fazer isso. Prometi mais de uma vez. Mas, o que não faço por amor?
Sem preparo nenhum, só umas bananas, chocolates e um casaquinho corta vento. O primeiro dia ia ser tranquilo, foi o que li. Mas com uma gripinha e 5 kg mais gordinha, logo nos primeiros 600 metros já me arrependi. Mas prometi para mim mesma, e dessa vez era promessa de honra, que não reclamaria.
E fiz bem em não reclamar. Apesar de difícil, chegar na guest house depois de 6 horas, tomar um banho quentinho e nos presentear com uma cerveja com vista para as montanhas valeu. Nossa vilinha é muito aconchegante!
Por ele:
Chegamos ao fim do primeiro dia de trekking rumo a Ponn Hill e estamos a 2.019 m de altitude. Se fosse para definir o dia em uma palavra diria cansativo, mas não sei o que esperar para os próximos dias.
Foi cansativo, mas só de respirar o ar puro das montanhas e apreciar a paisagem verde, horas com cachoeira, vale todo o esforço. Durante o percurso, muitos yacs (parecem ovelhas, bezerros, sei lá…) e não muitos turistas.
Alguns momentos pintou a dúvida se estávamos no caminho certo, mas era só esperar alguém passar pra ter certeza. E olha que o trajeto é fácil, mas estamos sem mapa, sem porra nenhuma.
Pra finalizar o dia uma cerveja, a tão esperada cerveja, numa guest house simpática e simples. A hora do rango também foi muito agradável, uma macarronada gostosa pra repor as energias, numa friaquinha agradável. Amanhã a caminhada começa cedo e andaremos pelo menos 8 horas.
Dia 2
Por ela:
Me preparei tanto psicologicamente para as possíveis dores nas pernas e por um longo dia de caminhada que quando chegamos na vila de Gorephani nem acreditei que foi tão rápido. Apesar de várias escadas, a trilha tinha uma mata mais fechada e como saímos cedo o clima estava agradável. Nem 1 da tarde e já estávamos instalados.
Fazer o que então? Tomar cerveja, comer, comer e fazer novas amizades. Um francês, um indiano e um australiano doidinho fizeram a nossa tarde render. Outra vez, a guest house foi acolhedora e com ótima comida. Estamos indo dormir às 20h, já que amanhã a subida para poon hill começa às 5 da manhã.
Por ele:
O dia 2 prometia ser o mais difícil. Conversando com alguns guias nos falaram que a caminhada duraria umas 6 horas, quem sabe até 8. Mas não, pra nossa surpresa durou menos de 4 horas e foi uma caminhada fácil.
Acordamos logo cedo, tivemos uma linda vista para as montanhas nevadas e tomamos café às 7h. Apertamos um pouco o passo porque achávamos que teríamos um longo dia.
A única coisa “chata” é que subimos muitas escadas. Pegamos também alguns momentos de mata fechada, o que é muito legal, e mais uma vez muitos yacs pelo caminho. E eles têm a preferência, né. Toda vez tivemos que esperar os 500 passarem antes da gente. Pegamos também um trânsito de cavalos.
Chegamos na guest house pouco depois das 12h e pensamos “o que vamos fazer aqui o dia inteiro”? Nada pra fazer, mas conhecemos um francês, um australiano e um indiano muito gente fina e formamos um grupo. Ficamos trocando ideia por muito tempo.
Amanhã é dia do momento mais aguardado, subir o Poon Hill e apreciar a vista para a cordilheira dos Himalaias. São 20h30, hora de dormir. Às 5 da manhã o dia começa.